A Direcção da Associação Cultural e Desportiva Capitães de Abril, desafiou todos os moradores para que se juntarem por blocos, construindo o seu Ramo ou Coroa, dedicados ao mês de Maio, a ser colocado na noite de 31 de Abril, na beira da pala, por cima da porta de entrada do bloco.
A iniciativa foi um verdadeiro sucesso, contando com a participação de quase todos os blocos e a maioria dos estabelecimentos comerciais. O juri apreciou os trabalhos na manhã do dia 01 e, tendo em conta os critérios previamente definidos no regulamento do concurso, reuniu no dia 5, tendo decidido pela atribuição de 3 prémios ex-aequo:
"Bloco 12 - Pelo resultado estético num contexto mais tradicional";
"Bloco 20 - Pela participação coletiva do bloco que se transforma na força da mensagem";
"Bloco 22 - Pela criatividade e espontaneidade , saindo fora do tradicional mantendo o espirito dos maios.
Dos participantes do Centro Comercial foi atribuido o prémio à "Lavandaria".
De referir, ainda, a atribuição de uma menção honrosa ao bloco 13 e, também, à "Costureira" do Centro Comercial.
Esta associação não pode deixar de felicitar todos os concorrentes pelos trabalhos apresentados a concurso e deixar desde já um novo desafio para o próximo ano.
Segundo a tradição em parte do norte de Portugal, na noite de 30 de Abril para 1 de Maio, não há porta ou janela no Alto-Minho, onde não se coloquem ramos ou coroas floridas “Os Maios”, como forma de afastar o “mau olhado” e as Bruxas, epara serem protegidos das doenças e dos espíritos maus. Em torno de Maio há muitos outros costumes de diferentes tradições.
Nalgumas terras alega-se que esta tradição remonta ao tempo de Jesus, aquando da sua fuga para o Egipto devido àperseguição de Herodes que ordenara a procura e morte do menino Jesus. Segundo a lenda, tendo sido identificada a casaonde a sagrada família pernoitava, um denunciador teria colocado um ramo de giesta na porta daquela casa para que os soldados de Herodes, depois de avisados, pudessem identificar a casa e levá-lo. Por milagre, quando os soldados se dirigiram à cidade depararam com todas as portas enfeitadas com ramos de giesta florida. Assim os soldados não puderam cumprir a ordem do mal contra o bem. Noutras terras as Maias recordam o caminho da sagrada família para o Egipto: Maria para se poder oprientar no regresso terá colocado giestas no seu caminho.
Em Maio condensam-se as celebreções de usos de costumes símbolos da fertilidade, por toda a Europa. O resurgir da natureza é festejado por todas as culturas ao longo da História, reflectindo diferentes expressões religioso-culturais conforme o espírito do tempop e da cultura envolvente.
Quando a natureza acorda para a juventude, celebra-se, com festas e ritos, a vida, a luz, o fogo e esconjura-se a treva. Estes ritos ganham expressão em tradições como a dos Maio, Florais, o burro, a rainha de Maio, coroa das Maias, leilão de donzelas, a festa do mastro/árvore (esta festa também da virilidade encontra-se no Norte da Europa e em Penafiel - costume celta ?), etc.. No Norte da Europa há lugares onde se comemora a chegada de Maio onde, outrora, moças em idade de casar eram apresentadas no leilão de Maio.
Maio recebeu o nome do deus Maius que era o deus da Primavera e do crescimento. Para outros vem de Maia, mãe de Mercúrio, deusa da fertilidade. As celebrações em honra de Flora, a deusa das flores e da juventude (mãe da Primavera), iniciavam o novo ano agrícola e atingiam, na Roma antiga, o seu clímax nos três primeiros dias de Maio.
A igreja católica declarou Maio como o mês de Maria, a mãe e rainha. Dos 54 países que celebram o Dia da Mãe, 36 festejam-no em Maio.
Tambénm no Norte da Europa havia a tradição dos rapazes colocarem um arbusto à porta da sua amada como declaração de amor, paralelamente ao costume de serem nesse dia leiloadas as donzelas em idade de “casar”. Há tradições semelhantes em Portugal. Aqui nalgumas terras, havia a tradição da “coroa das maias”, elaborada em papel com fitas de cores e que os rapazes, colocavam à porta das suas pretendidas, como manifestação do seu amor.
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